Controle da Dor Crônica em Cães e Gatos

Empresa

Ourofino

Data de Publicação

10/03/2017

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O aumento da expectativa de vida de cães e gatos tem levado ao aumento da incidência de doenças crônicas relacionadas à idade avançada, como neoplasias e osteoartrite.

Tais doenças geralmente estão associadas ao quadro clínico de dor crônica que, além de persistir por um longo período de tempo, geralmente vem acompanhada por uma síndrome debilitante, trazendo impacto sobre a qualidade de vida e bem-estar dos animais.

Epidemiologia

Em relação aos quadros de neoplasias, estima-se que 1 entre 4 cães morrem de câncer, sendo que na maioria dos casos a dor associada ao câncer é sub diagnosticada, levando ao manejo e tratamento inadequados e a diminuição da qualidade de vida dos pacientes.

Em muitos tipos de câncer há um aumento na frequência e na severidade da dor com a progressão da doença e essa é a maior preocupação dos donos dos animais domésticos.

Dentre as doenças crônicas degenerativas que acometem os animais idosos, a osteoartrite (OA) é uma delas e também está associada a quadros de dor crônica. Embora seja uma doença comum do envelhecimento de cães e gatos, é sub diagnosticada e pelo fato de não apresentar cura, o tratamento que é baseado no controle e redução da dor, muitas vezes, é negligenciado.

A OA pode afetar qualquer articulação, incluindo quadris, cotovelos, joelhos; e embora as raças de grande porte estejam mais propensas a desenvolver esta patologia, a OA pode acometer cães e gatos de todas as raças e tamanhos, podendo resultar ou ser a causa principal da queda dos níveis de atividade dos animais a medida que eles envelhecem.

Etiologia e Características

Estados dolorosos prolongados são capazes de estimular de forma persistente os receptores aferentes nociceptivos, aumentando os efeitos deletérios da dor crônica.

Esta dor persistente pode ser subdividida em dor nociceptiva; aquela resultante de uma ativação direta de nociceptores da pele e outros tecidos em resposta a uma lesão tecidual; ou dor neuropática; definida como uma dor que ocorre em áreas ou órgãos envolvidos em lesões ou doenças neurológicas.

Os pacientes oncológicos, principalmente em fase terminal, são acometidos por dores crônicas causadas pelo envolvimento direto de estruturas sensíveis como tecidos moles, ossos, nervos e vísceras ou metástases ósseas.

Em animais com dor crônica secundária à doença articular degenerativa, outras alterações notadas são: redução do apetite, da curiosidade, da sociabilidade; além do aumento da agressividade, comportamentos compulsivos e vocalização.

Diagnóstico

Embora várias escalas de dor já sejam utilizadas para mensurar a dor aguda em cães e gatos, ainda há dificuldades em como avaliar a dor crônica nos animais de companhia e assim administrar o tratamento adequado.

Para o adequado diagnóstico e a rápida intervenção, a avaliação clínica da dor deve ser incorporada na rotina das consultas.

A avaliação do histórico do animal e a realização de exames complementares também são essenciais para auxiliar no diagnóstico das patologias envolvidas em quadros clínicos de dor.

Sugestão de Tratamento

Uma analgesia de boa qualidade depende da administração correta de associações de fármacos em doses efetivas e por vias adequadas, resultando na chamada analgesia balanceada ou multimodal.

O tramadol é a alternativa mais viável por causa da sua eficiência no controle da dor de grau moderado e intenso, devido a possibilidade de associação com anti-inflamatórios não-esteroidais (AINEs), como o meloxicam e pelo fato de causarem poucos efeitos adversos, podendo ser administrados por um longo período, sempre realizando o monitoramento do paciente.

Em cães e gatos, o tramadol é indicado na dose de 2 a 4 mg/kg, estando disponível no mercado veterinário em uma formulação líquida oral, propiciando a administração precisa da dose e com características que permitem comodidade e facilidade na utilização pelos proprietários e maior adesão ao tratamento pelos animais.

Já o meloxicam é recomendado para cães na dose de 0,2 mg/kg no primeiro dia de tratamento seguido de 0,1 mg/kg nos demais dias, e para gatos na dose de 0,1 mg/kg, não devendo ultrapassar 4 dias de tratamento.

O protocolo de tratamento deverá ser ajustado a critério do médico-veterinário e de acordo com o quadro clínico do animal.