O estudo foi realizado nas dependências do Laboratório de Quimioterapia Experimental em Parasitologia Veterinária (LQEPV) do Departamento de Parasitologia Animal/ Instituto de Veterinária, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/ RJ.

Seleção dos animais e identificação

Os animais empregados no estudo foram selecionados do plantel do canil do LQEPV constituído de 140 cães da raça Beagle.



Foram selecionados inicialmente um número de fêmeas prenhas de cães da raça Beagle que assegurasse a obtenção dos 16 filhotes incluídos no presente estudo, machos e fêmeas, com peso mínimo de 0,500 kg, que foram desmamados aos 28 dias e mantidos em baias antes da infecção experimental.

Ao início do tratamento a idade aproximada dos animais era de 2 meses e meio.

Grupos Experimentais

Os animais foram divididos em dois grupos de 8 animais. 
Após a inoculação experimental de ± 50.000 oocistos das espécies de Cystoisospora canis e Cystoisospora ohioensis (± 25.000 de cada espécie), à medida que se obteve os valores significativos da contagem de oocistos de Cystoisospora sp. nas fezes (eliminação mínima de 500 oocistos por grama de fezes de cada espécie), cada um dos filhotes da mesma ninhada foram sorteados para um dos grupos experimentais (Tratado e Controle) de forma a se realizar um pareamento das amostras.

No caso de ninhadas com número ímpar de animais, seria sorteado o grupo para o qual o animal adicional seria designado bem como seu par a fim de comparações. Não ocorreu nascimento de ninhadas com números ímpares de cães.

Dose e via de administração

Trissulfin SID, foi administrado na dose de 1 comprimido de 400mg para cada 2 kg de peso corporal (200mg do comprimido por kg de peso corporal), o que corresponde a 57,2 mg de sulfadimetoxina e 11,2 mg de ormetoprim por kg, por via oral, com intervalo de 24 horas até a parada na eliminação de oocistos.

Início do tratamento e duração

Os filhotes foram tratados ao iniciar a eliminação de oocisto (eliminação mínima de 500 oocistos por grama de fezes de cada espécie de oocisto – C. canis e C. ohiensis) e o quadro de diarreia, acompanhada ou não de hipertermia, desidratação e vômito.


O término do tratamento se deu até a remissão das alterações clínicas e cessação da excreção de oocistos pelas fezes, adotando-se 5 resultados sucessivos negativos na contagem de oocistos, que na maioria dos animais, tais resultados foram negativados com 4 dias de tratamento.

Acompanhamento dos parâmetros a serem avaliados

Além dos exames clínicos tradicionais que contemplaram a avaliação da frequência cardíaca, respiratória, temperatura corpórea e tempo de preenchimento capilar, também foram avaliados diariamente a quantidade de oocistos eliminados por grama de fezes desde 3 dias antes da inoculação até 5 dias após o término do tratamento e parada da eliminação de oocistos, além da avaliação do aspecto macroscópico das fezes (classificada em normal, pastosa, diarreica e diarreica com sangue).

Avaliação da eficácia do Trissulfin SID no tratamento da cistoisosporose

O sucesso do produto Trissulfin SID no tratamento da coccidiose intestinal de cães foi determinado através da comparação das médias da contagem de oocistos por grama de fezes (OPG).

O tratamento teve início para os animais do grupo tratado assim que foi constatado o aparecimento de diarreia concomitante à eliminação de no mínimo 500 oocistos por grama de fezes. O tempo para obtenção deste quadro foi homogêneo, com 7 dias após a inoculação.


Os animais do grupo tratado receberam tratamento a partir do dia +42, sendo que os mesmos foram medicados até a obtenção de 5 resultados negativos nas contagens diárias de oocistos de ambas espécies do parasita, que na maioria dos animais, tais resultados foram negativados com 4 dias de tratamento.


Os animais do grupo controle receberam o tratamento de salvamento com Trissulfin SID a partir do dia +50, e apresentaram as médias de OPG de 106 para o dia 51, 25 para o dia 52, 6 para o dia 53, e 0 para os dias 54, 55 e 56, indicando a parada total na eliminação de oocistos no dia 54 (4 dias após o início do tratamento).


Os níveis de eficácia para C. canis foram: 70,6% no dia 43 (1 dia após o início do tratamento), 88,9% no dia 44 (2 dias após o início do tratamento), 96,9% no dia 45 (3 dias após o início do tratamento), 100% para o dia 46 (4 dias após o início do tratamento), 100% para o dia 47 (5 dias após o início do tratamento), 100% para o dia 48 (6 dias após o início do tratamento), 100% para o dia 49 (7 dias após o início do tratamento) e 100% para o dia 50 (8 dias após o início do tratamento).

As avaliações de OPG seguiram até o dia 56, onde foi visto que a partir do dia 46 em diante (5 dias após o início do tratamento) até o dia 56, as contagens de oocistos nas fezes dos animais estavam zeradas, comprovando a eficácia do produto na parada de eliminação dos oocistos de C. canis, mesmo vários dias após a parada do tratamento.

Os níveis de eficácia para C. ohioensis foram: 58,4% no dia 43 (1 dia após o início do tratamento), 85,1% no dia 44 (2 dias após o início do tratamento), 92,9% no dia 45 (3 dias após o início do tratamento), 99% para o dia 46 (4 dias após o início do tratamento), 100% para o dia 47 (5 dias após o início do tratamento), 100% para o dia 48 (6 dias após o início do tratamento), 100% para o dia 49 (7 dias após o início do tratamento) e 100% para o dia 50 (8 dias após o início do tratamento).

As avaliações de OPG seguiram até o dia 56, onde as contagens de OPG continuaram zeradas até o último dia do experimento, confirmando 100% de eficácia do produto.

Em relação à diarreia, os animais iniciaram a apresentação do quadro de diarreia a partir do terceiro dia após a infecção experimental, sendo acometidos 3 animais do grupo controle e 4 do grupo tratado. No dia do tratamento todos os animais do grupo controle e tratado apresentaram o quadro de diarreia, sendo que no grupo controle os animais mantiveram esse quadro até o dia +50 quando receberam o tratamento de salvamento, e no caso dos animais do grupo tratado, no dia 43 dois animais já não apresentavam o quadro clínico, e nos dias 44 e 45, quatro animais ainda apresentavam diarreia.

A partir do 4º dia após o início do tratamento (dia 45) todos os animais já não apresentavam o quadro de diarreia, mantendo dessa forma até o final do estudo (dia 56), confirmando a eficácia do produto.

Conclusão

Considerando os resultados descritos pode-se concluir que o Trissulfin SID foi 100% eficaz no tratamento de cães experimentalmente infectados por Cystoisospora canis e Cystoisospora ohiensis.