Soluções terapêuticas das Piodermites

Empresa

Ourofino

Data de Publicação

02/03/2018

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Categoria: Patologia de Pequenos Animais
Emergencial: Não
Espécies: Caninos
Doença de Notificação Compulsória: Não

Introdução

A piodermite canina é uma infecção bacteriana da pele, comum em cães atendidos na clínica veterinária. Por não se tratar de uma doença primária, a identificação das causas de base desencadeantes se torna primordial, onde na maioria dos casos, tal patologia está comumente associada a processos alérgicos, seborréicos, endocrinopatias, imunodeficiências e/ou infestação por ectoparasitas.

O Staphylococcus intermedius é considerado habitante normal da pele dos cães, mas torna-se patógeno oportunista, sendo o microorganismo de maior incidência nos quadros de piodermites superficiais e profundas.

Outros agentes, como Pseudomonas spp., Proteus spp., E.coli e S. aureus, considerados invasores secundários, também podem ser encontrados em casos de piodermites profundas, crônicas ou recidivantes.

Uma colonização excessiva somada a uma série de alterações na superfície da pele iniciará o processo de infecção, onde quanto mais cedo for diagnosticado o agente causador e assim, instituído o tratamento adequado, maior serão as chances de sucesso e remissão dos sinais clínicos e consequentemente dos quadros de recidivas.

Diagnóstico

Muitas são as doenças que podem imitar ou ainda predispor ao quadro de piodermite. Portanto para a obtenção de um diagnóstico confiável, torna-se indispensável a realização de uma adequada anamnese, exame físico, exames complementares como citologia, cultura e antibiograma, além da incluir medidas de identificação de possíveis fatores predisponentes.

A falha na identificação das causas subjacentes que predispõe os animais às piodermites, muitas vezes são responsáveis pelo desenvolvimento de quadros crônicos e tratamentos prolongados com antimicrobianos o que favorece o aumento dos casos de resistência bacteriana.

Soluções Terapêuticas

Sabendo que o sucesso terapêutico irá depender do reconhecimento e eliminação do processo de base, uma vez que a piodermite tenha sido diagnosticada, o uso associado de fármacos de mais de uma classe terapêutica como antibióticos, antinflamatórios entre outros é indicado, porém sendo importante avaliar, classificar a gravidade das lesões e assim verificar se o uso de tratamento tópico já será suficiente ou se a administração de medicamentos sistêmicos será necessária.

Com muita frequência se utiliza o tratamento tópico em associação com a terapia sistêmica, uma vez que a terapia tópica atua como adjuvante à terapia sistêmica, acelerando a resposta terapêutica ou mesmo impedindo as recorrências dos quadros de piodermite. Sabe-se que quanto mais eventos de terapia tópica realizadas, menor o tempo de tratamento sistêmico.

A aplicação tópica de agentes antimicrobianos, como a Gentamicina, associada a anti-fúngicos como o Miconazol e a agentes anti-alérgicos como a Betametasona em apresentações creme ou aerossol, são indicados no protocolo como opção vantajosa tanto para o suporte da terapia sistêmica ou, em alguns casos, como a única terapia para as afecções cutâneas, pelo fato de atuarem em uma concentração maior de ativos no local da lesão sem os riscos de efeitos colaterais sistêmicos e sem predispor a resistência bacteriana.

Para tais casos, a frequência e a duração da terapia tópica dependerá da gravidade e da evolução do quadro clínico, além da escolha do princípio ativo utilizado na composição.

Para terapia sistêmica a prescrição adequada do fármaco deve ser fundamentada nos testes de identificação, na capacidade do fármaco de atingir a concentração adequada na pele durante um período adequado de tempo e principalmente no teste de sensibilidade.

Dentre os ativos disponíveis, drogas de amplo espectro de ação, como aquelas pertencentes ao grupo das cefalosporinas de primeira geração, são frequentemente indicadas, sendo o ativo Cefalexina considerado o antibiótico de primeira escolha por apresentar elevada eficácia, principalmente devido ao excelente efeito antiestafilocócico, além de ser seguro resultando em baixos efeitos colaterais ainda em tratamentos prolongados.

A dose sugerida é de 15-30 mg/kg, por via oral, a cada 12 horas. A duração do tratamento, será estipulada a critério do médico veterinário, sendo importante que todos os casos sejam reavaliados após 3 semanas de tratamento e, novamente, antes da interrupção do antibiótico.

Nos casos em que houver resposta ao antibiótico, porém após o término do tratamento ocorrerem recidivas, deverá ser considerado um período mais longo de tratamento.