Sistema Hepático
Empresa
Mundo AnimalData de Publicação
28/09/2018
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O sistema hepático participa de três etapas de destoxificação. Na fase I da biotransformação, as substâncias sofrem transformações metabólicas para posteriormente (na fase II), a sua eliminação se tornar possível.
É nessa fase onde ocorre a ação dos citocromos P450. Há grande concentração de enzimas do citocromo P-450 (CYPs) no tecido hepático.
Pesquisas demonstraram que este grupo de enzimas é o principal responsável pela conversão de compostos lipofílicos em compostos mais solúveis em água. O termo biotransformação diz respeito às modificações moleculares que um composto tóxico pode sofrer com o intuito de ser eliminado.
Muitas vezes, durante os processos de biotransformação, as moléculas se tornam mais tóxicas, de forma intermediária, até que esta toxicidade seja reduzida nas fases seguintes. Por isso a importância das fases I e II da destoxificação acontecerem ao mesmo tempo e de forma continuada. Os nutrientes funcionais nessa fase são: B2, B3, Extrato de cardo-mariano, ácido fólico, L-glutationa e zinco.
A fase II da conjugação tem o objetivo de transformar as toxinas ativas em moléculas para eliminação, sendo realizado pelas enzimas transferases que fazem conjugação com a Glutationa, Acetilação, Glicuronidação, Metilação e Sulfatação.
Os nutrientes envolvidos são serina, colina, Vitamina B3, selênio, riboflavina, Vitamina C, taurina, cisteina e zinco. Grande parte do processo de destoxificação hepática em cães e principalmente nos gatos é realizado pelo sistema glutationa, feito pela cisteina, glicina, selênio, riboflavina, extrato de cardomariano e nicotinamida.
Extrato de alcachofra e extrato de cardo-mariano estimulam do sistema glutationa em todas as etapas, sendo essenciais na integridade e função fisiológica do fígado.
A fase III de eliminação, não envolve reações bioquímicas, mas sim o transporte de substâncias metabolizadas para fora da célula, ou seja, a excreção. Essa excreção ocorre pela via urinária e moléculas maiores costumam ser eliminadas na bile. Os nutrientes utilizados nessa fase são selênio, zinco e extrato de cardo-mariano.
Indicado portanto para animais debilitados, insuficiência hepato-renal, cirrose, icterícia, associação com uso crônico de anti-inflamatórios, para redução de ALT e fosfatase alcalina, redução de lama biliar e melhora do funcionamento da bile, prevenção de alteração hepática com uso de antifúngicos e outros medicamentos com ação hepática, entre outras alterações hepáticas.
O extrato de cardo-mariano tem como principal função a ação antioxidante natural. Como ela é rica em compostos polifenólicos, ela tem grande capacidade de quelar radicais livres e inibir, mesmo que reversivelmente, a ação do citocromo p-450, ou seja, ela interfere no metabolismo e biotransformação de diversas moléculas exógenas e endógenas, de modo seletivo, nas reações de fase I da destoxificação.
Atua em doenças hepáticas (icterícia, cirrose e hepatite), em doenças da vesícula biliar e serve como hepatoprotetor contra venenos e medicamentos de absorção hepática.
A ação hepatoprotetora pode ocorrer pela inibição da formação de peróxidos lipídicos, eliminação de radicais livres, mudança das propriedades físicas das membranas celulares e pela redução da fibrogênese hepática, promovendo também a regeneração de hepatócito.
O extrato de alcachofra em associação com a glicina atuam na produção e qualidade da bile, melhorando o fluxo da bile e fluidificando assim a lama biliar. Animal com lama biliar está com todo processo intoxicado, portanto não adianta apenas dar medicação para ação na bile e não atuar em todas as fases de destoxificação.
Dra. Jéssica Moreira
Médica Veterinária
CRMV-SP 35.614