Tratamento conservativo da displasia coxofemoral

Empresa

Labyes

Data de Publicação

05/03/2020

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Autora: Miriam Caramico

Categoria: Patologia de Pequenos Animais

Espécie(s): Canina

Introdução

A displasia coxofemoral (DCF) é uma doença ortopédica de grande incidência, porém complexa com múltiplos genes e fatores ambientais que influenciam a suscetibilidade a esta patologia. É caracterizada pela incongruência articular da articulação coxofemoral, resultando em osteoartrose e dor. A articulação apresenta-se normal no nascimento e acredita-se que durante o desenvolvimento a velocidade de crescimento do sistema esquelético é maior que do sistema muscular, o que resulta em cargas excessivas na cabeça femoral, forçando o acetábulo dorsal e lateralmente alterando sua conformação e consequente remodelamento irregular das margens acetabulares, cabeça femoral e colo femoral, gerando incongruência das superfícies articulares e osteoartrose secundária.

      A displasia coxofemoral pode levar a osteoartrite secundária dolorosa e seus sintomas podem causar até alterações de comportamento do cão. O gerenciamento médico e cirúrgico pode ajudar a aliviar a dor, mas não pode tratar as condições músculo esquelética O que só conseguimos com o tratamento fisioterápico.

Os sinais clinicamente mais encontrados são: dor, claudicação unilateral ou bilateral progressiva e crônica, marcha rígida, atrofia muscular e relutância durante a realização de exercícios. O diagnóstico deve ser baseado no histórico, sinais clínicos, exame ortopédico, fisiátrico e radiográfico. Muitos animais com displasia não apresentam alterações clínicas durante meses ou anos, iniciando os sinais apenas quando a DAD (Doença Articular Degenerativa) ocorre. Os sinais fisioterápicos são: contratura pectínea, hipotrofia dos glúteos, quadríceps e bíceps femoral, hiperflexão do carpo, dor espinhal sacral e toraco-lombar, dor da cápsula muscular e articular, inflamação, retração da cápsula articular e aumento da pressão intra-articular.

A dor nesta patologia pode ter várias causas. Microfraturas ósseas ocorrem na cabeça do fêmur e acetábulo durante a remodelagem do crescimento nos animais jovens, pode ter origem na contratura dos músculos adutores, principalmente o pectínio e em animais com DAD (Doença Articular Degenerativa) coxofemoral a dor pode ocorrer devido a sinovite, inflamação da cápsula articular, aumento pressão intra-articular e isquemia do osso subcondral exposto.

A escolha de tratamento vai depender da idade do paciente, grau da displasia e presença ou não de afecções concomitantes, com o intuito de diminuir a dor, melhorar a função do membro afetado e garantir qualidade de vida ao paciente.

Conforme podemos ver na tabela abaixo, nenhuma das técnicas cirúrgicas consegue solucionar as alterações causadas pela displasia coxo femoral, só conseguimos tratar todos os sintomas realizando a fisioterapia ( reabilitação ) e suplementando com medicamentos como o regenerador osteoarticular, Osteocart Plus®. Porque nenhuma técnica cirúrgica corrige alterações musculares, tendineas e ligamentares.

Utilização de imagens autorizadas pelo tutor.

Relato de caso

Paciente: Canino, Golden Retriever, macho, castrado, 11 meses

Histórico: resistência aos passeios e não caminhava mais do que 5 minutos. Com a evolução de 4 meses até a consulta, permanecia mais deitado do que brincando, tinha dificuldade para se sentar e se levantar, caminhava com os membros pélvicos juntos.

Exame físico: exame de ortolani positivo bilateral, dor em extensão de membros pélvicos, atrofia em musculatura glútea, quadríceps e bíceps femoral, hiperflexão do carpo, dor espinhal sacral e toraco-lombar, retração da cápsula articular. Intolerância a se sentar e levantar. Goniometria: flexão 48º extensão 158º ( normal flexão 50º extensão 162º).

Tratamento: Devido a idade do paciente, o tutor, o médico ortopedista e a fisiatra, optaram por tratamento conservativo.

Foi instituído então como tratamento inicial 20 sessões de fisioterapia com laser classe III, 830 nm , eletroterapia ( NMES para fortalecimento ), hidro esteira, campo magnético, acupuntura, ozonioterapia, e introduzido antiinflamatórios não-esteroidais ( seletivos COX 2) e regenerador osteoarticular Osteocart Plus® que é importantíssimo para promover a melhora na hidratação da cartilagem e viscosidade adequada do líquido sinovial, em patologias degenerativas como a displasia coxofemoral, controlando assim os sinais de osteoartrose.

Após a quarta sessão paciente já apresentava melhora na contratura da musculatura de pectinio, diminuição da pressão articular e caminhava com menos sinais de dor.

O tratamento fisiátrico foi estendido por seis meses, até que conseguimos a recuperação da massa muscular avaliada por perimetria, melhora da amplitude articular, avaliada pela goniometria, e controle total da dor. Foi mantido o regenerador osteoarticular Osteocart Plus® por tempo indeterminado, para controle da doença articular degenerativa e dor.

Em sua última avaliação o paciente estava com 2 anos, sem sinais de dor, sem dificuldade para se sentar ou se levantar, foi então verificado que o tratamento conservativo foi suficiente para retorno a função deste paciente, com qualidade de vida.

Utilização de imagens autorizadas pelo tutor

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